26 setembro 2006

Tarso ironiza FHC, o ateu que passou a acreditar em "demônios"




O ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, ironizou nesta terça-feira (26) as afirmações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que, durante ato político realizado ontem, comparou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao "demônio".

Segundo o ministro, o ex-presidente se arrependeu de ter-se mantido ateu por tantos anos. "Uma vez ele disse que não acreditava em Deus, se arrependeu e agora diz que acredita no demônio", criticou o ministro.

Tarso disse que o presidente Lula "não vai se dar ao trabalho" de responder aos ataques do tucano.

O ministro também afirmou o ex-presidente deveria invocar "vampiros" ao invés de "demônios" - uma vez que a Procuradoria da República no Distrito Federal concluiu nesta segunda-feira que a máfia dos vampiros teve início em 98, na gestão FHC.

"Ele demonstrou preocupação com o demônio, mas deveria ter se preocupado com os vampiros."

O ministro cobrou dos tucanos explicações sobre o fato de não terem desbaratado a quadrilha que atuava no Ministério da Saúde desde 1998.

"Por que a Operação Vampiro não foi deflagrada no governo FHC? Que tipo de ligação os tucanos tinham com aquele crime? Eles têm que dizer e apresentar explicações públicas porque durante quatro anos os vampiros atuaram de maneira totalmente impune."

Tarso lembrou que as investigações da Polícia Federal sobre a máfia dos vampiros tiveram início em 2003, já no governo Lula. "Talvez essa virulência (nos ataques) esteja na postura de esconder o que não apuraram no passado. Estou aqui para pedir explicações", enfatizou.

O ministro considerou "estranho" os ataques dos tucanos, especialmente do candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin.

"Eles têm sido prodígios em acusações violentas, mas deveriam explicar como o governo deles conviveu por quatro anos com uma quadrilha de vampiros."

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