Marco Aurélio Mello - O ministro do TSE Politicando
Ministro Marco Aurélio de Mello
O primo do Collor
Animado pelo boato de que pode haver segundo turno para presidente — hipótese ainda improvável segundo o Datafolha de hoje, Lula 49, todos os outros 42 — o ministro Marco Aurélio de Mello, presidente do TSE, insiste e amplia suas declarações nitidamente “eleitorais” contra o presidente Lula. Hoje vi a entrevista que ele deu a Alexandre Garcia na GloboNews. Garcia, para quem não lembra, estava tão queimado como chapa-branca dos quartéis no final da ditadura militar (durante um tempo foi até assessor de imprensa do general-presidente João Figueiredo), que a Globo o enfiou na geladeira durante anos, desde pouco antes da eleição de Tancredo Neves e José Sarney em 1985. De modo que o jornalista e o magistrado encenaram um dueto mais que perfeito.
Entre outras pérolas, Marco Aurélio deu a entender claramente que Lula pode ser cassado depois de reeleito (ou seja, melhor que não votem nele) e que há outros candidatos melhores que o do PT. Faltou pouco para pronunciar o nome de Alckmin.
Não há precedente de um ministro do TSE, ainda por cima o presidente do tribunal, ter procedido assim. Por muitíssimo menos do que isso o ex-presidente do Supremo, Nelson Jobim, que se limitara a votar e a defender sua posição minoritária no caso José Dirceu, foi execrado como faccioso em dezenas de artigos e editoriais, sem contar as reportagens picantes, as perguntas capciosas, a divulgação de que pretendia ser vice de Lula etc.
Marco Aurélio é um ministro polêmico, e não é de hoje. No governo Fernando Henrique, entre outras façanhas, mandou soltar o banqueiro Salvatore Alberto Cacciola, dono do banco Marka, envolvido num escândalo financeiro de várias dezenas de milhões de dólares (caso Marka-FonteCidam). Como seria de esperar-se, de posse do habeas corpus, Cacciola mal disse “grazzie!” e deu no pé para a Itália, onde hoje vive a salvo de pedidos de extradição, protegido pela dupla nacionalidade ítalo-brasileira.
O atual presidente do TSE foi indicado e nomeado por seu primo, o ex-presidente Fernando Collor. Isso, entretanto, não prova nada contra ele. Collor é que fica mal na fotografia. Afinal, como diria o próprio Marco Aurélio a respeito de Lula, não é possível que ele não conhecesse o primo...
Escrito por WALTER RODRIGUES
Entre outras pérolas, Marco Aurélio deu a entender claramente que Lula pode ser cassado depois de reeleito (ou seja, melhor que não votem nele) e que há outros candidatos melhores que o do PT. Faltou pouco para pronunciar o nome de Alckmin.
Não há precedente de um ministro do TSE, ainda por cima o presidente do tribunal, ter procedido assim. Por muitíssimo menos do que isso o ex-presidente do Supremo, Nelson Jobim, que se limitara a votar e a defender sua posição minoritária no caso José Dirceu, foi execrado como faccioso em dezenas de artigos e editoriais, sem contar as reportagens picantes, as perguntas capciosas, a divulgação de que pretendia ser vice de Lula etc.
Marco Aurélio é um ministro polêmico, e não é de hoje. No governo Fernando Henrique, entre outras façanhas, mandou soltar o banqueiro Salvatore Alberto Cacciola, dono do banco Marka, envolvido num escândalo financeiro de várias dezenas de milhões de dólares (caso Marka-FonteCidam). Como seria de esperar-se, de posse do habeas corpus, Cacciola mal disse “grazzie!” e deu no pé para a Itália, onde hoje vive a salvo de pedidos de extradição, protegido pela dupla nacionalidade ítalo-brasileira.
O atual presidente do TSE foi indicado e nomeado por seu primo, o ex-presidente Fernando Collor. Isso, entretanto, não prova nada contra ele. Collor é que fica mal na fotografia. Afinal, como diria o próprio Marco Aurélio a respeito de Lula, não é possível que ele não conhecesse o primo...
Escrito por WALTER RODRIGUES
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