Altamiro Borges
Nos últimos dias, a oposição liberal-conservadora e a mídia hegemônica têm feito um grande estardalhaço com a grotesca história da "guerra dos dossiês" para desestabilizar a candidatura à reeleição do presidente Lula. Por um lado, usando a surrada tática de que a melhor defesa é o ataque, fazem de tudo para ocultar o conteúdo do sinistro dossiê da "máfia das sanguessugas", que envolve alguns tucanos de alta plumagem na compra superfaturada de ambulâncias e desmascara de vez o falso moralismo dos imorais do PSDB e do PFL. Por outro lado, aproveitando-se de uma operação desastrada de alguns petistas afoitos, tentam responsabilizar judicialmente o próprio presidente Lula pela tentativa frustrada de compra deste dossiê, ofuscando o fato de que esta ação bizarra e irresponsável foi desbaratada pela própria Polícia Federal.Todo este escarcéu tem objetivos nítidos, que só os ingênuos e os sectários não enxergam. Desesperada com a iminente e fragorosa derrota nas urnas, como atestam todas as pesquisas, a direita golpista pretende "melar" o processo eleitoral na sua reta final. Do ponto de vista imediato, ela visa postergar a decisão das eleições para o segundo turno, ganhando algum tempo. Além disso, a sua ação faz parte de um plano de mais longo fôlego para desestabilizar o futuro governo. Usando a tática do golpista Carlos Lacerda, agora ressuscitado pelo conspirador-mor FHC, ela joga sujo para evitar a reeleição do presidente Lula; caso não consiga, já fala em impedir a sua diplomação; e, caso este golpe também não vingue, ela reúne elementos para deslegitimar o resultado do pleito e para pedir o impeachment do presidente no segundo mandato.
"Um povo mais sabido"
Ocorre que "o povo brasileiro está mais sabido", como enfatizou Lula no comício em João Pessoa. Ele já não cai tão facilmente nas tramóias da elite e dos tais "deformadores de opinião" da mídia. Como afirma o sociólogo Emir Sader, a imprensa venal talvez seja uma dos maiores derrotadas deste pleito. "Ninguém tem dúvida de que jornais como Folha de S.Paulo, Estado de S.Paulo, O Globo, entre outros, assim como a revista Veja e a rede de televisão Globo, apóiam Alckmin. Se não conseguem encontrar excelências no seu candidato - por maior capacidade de mistificação que tenham, não conseguem tirar água de pedra -, concentram-se em atacar diariamente Lula, o PT e a esquerda. Mas não encontram eco algum no povo".
"As pesquisas eleitorais, caso confirmadas, são a melhor pesquisa sobre o que pensa o povo brasileiro da imprensa: não acredita nela, não aceita seus argumentos, a sua informação editorializada, suas manchetes sensacionalistas, seus colunistas identificados com a direção - reduzida a seis famílias - dos órgãos da mídia monopolista privada. O povo pensa uma coisa do governo Lula, a grande mídia pensa outra... Essas vozes perdedoras estão desconcertadas, vivem uma das piores crises de identidade de sua história. Se não se pode dissolver o povo, que tal democratizar a imprensa? Assim o povo teria a imprensa que merece, com os valores pelos quais vota, que pode representá-lo e em que poderá vir a confiar", conclui Sader.
Fiasco do denuncismo
Apesar de todo o complô da oposição/mídia, as recentes sondagens eleitorais confirmam que o presidente Lula poderá ser reeleito no primeiro turno e com folgada vantagem. Segundo Marcos Coimbra, diretor do Vox Populi, um dos institutos de pesquisa com maior credibilidade no país, a nova onda denuncista não alterou a tendência do eleitorado, para o desespero da direita golpista. "Entre os eleitores de Lula, 90% deles estão decididos a não mudar o voto... O povo não ignora os efeitos e os erros do governo Lula, mas ele está decidido a votar no que considera os muitos acertos deste governo. Se Lula ganhar, o que parece provável, por todas as pesquisas e sucessivos registros, esse voto não poderá ser desmerecido", afirma.
Além da aparente consistência do voto em Lula, em especial nas camadas mais populares, o governo e o comando da campanha "A força do povo" foram rápidos na resposta diante desta nova crise política. Os envolvidos na desastrada tentativa da compra do dossiê foram imediatamente afastados - "não se negocia com bandidos", condenou Lula. Com a mesma firmeza, agora se exige a rigorosa apuração do dossiê da "máfia das sanguessugas", que apresenta farta documentação, com vídeos, fotos e recibos incriminando os principais caciques tucanos e comprovando o início desta falcatrua no governo FHC. Caso não ocorra alguma outra ação tresloucada de meia dúzia de malucos, a eleição tende a ser decidida no primeiro turno.
A resposta aos golpistas
Com mais esta alta dose de adrenalina, a sucessão presidencial ingressa na reta final. A grotesca história da "guerra dos dossiês" pode ter sido a última e desesperada cartada da direita, que deseja doentiamente retornar ao poder. Mas ela não desistirá, apostando em outras vias golpistas. A melhor reação a esta trama se dará com a ativa mobilização das forças políticas e sociais avançadas. Caso esta onda golpista prossiga, é preciso ir às ruas para exigir respeito à vontade soberana de milhões de eleitores. Conforme alerta João Pedro Stedile, da coordenação do MST, o povo não aceitará qualquer tentativa de golpe. "A burguesia sabe do risco de um impeachment. Quando Getúlio se matou, a massa foi para a rua e quebrou tudo".
Mas a resposta imediata à orquestração dos golpistas passa por dar-lhes uma baita surra nas eleições de 1º de outubro. Nos poucos dias que antecedem ao pleito nenhum lutador social pode ficar acuado ou omisso diante desta batalha decisiva para o futuro do país. É possível dar uma inesquecível coça nas urnas nesta preconceituosa e repugnante direita neoliberal, garantindo uma vitória acachapante do presidente Lula e a conquista de governos estaduais, senadores e deputados federais e estaduais do campo democrático e popular. Só desta maneira o Brasil poderá afastar o risco de retrocesso neoliberal e avançar nas mudanças.
Fonte: Adital
"Um povo mais sabido"
Ocorre que "o povo brasileiro está mais sabido", como enfatizou Lula no comício em João Pessoa. Ele já não cai tão facilmente nas tramóias da elite e dos tais "deformadores de opinião" da mídia. Como afirma o sociólogo Emir Sader, a imprensa venal talvez seja uma dos maiores derrotadas deste pleito. "Ninguém tem dúvida de que jornais como Folha de S.Paulo, Estado de S.Paulo, O Globo, entre outros, assim como a revista Veja e a rede de televisão Globo, apóiam Alckmin. Se não conseguem encontrar excelências no seu candidato - por maior capacidade de mistificação que tenham, não conseguem tirar água de pedra -, concentram-se em atacar diariamente Lula, o PT e a esquerda. Mas não encontram eco algum no povo".
"As pesquisas eleitorais, caso confirmadas, são a melhor pesquisa sobre o que pensa o povo brasileiro da imprensa: não acredita nela, não aceita seus argumentos, a sua informação editorializada, suas manchetes sensacionalistas, seus colunistas identificados com a direção - reduzida a seis famílias - dos órgãos da mídia monopolista privada. O povo pensa uma coisa do governo Lula, a grande mídia pensa outra... Essas vozes perdedoras estão desconcertadas, vivem uma das piores crises de identidade de sua história. Se não se pode dissolver o povo, que tal democratizar a imprensa? Assim o povo teria a imprensa que merece, com os valores pelos quais vota, que pode representá-lo e em que poderá vir a confiar", conclui Sader.
Fiasco do denuncismo
Apesar de todo o complô da oposição/mídia, as recentes sondagens eleitorais confirmam que o presidente Lula poderá ser reeleito no primeiro turno e com folgada vantagem. Segundo Marcos Coimbra, diretor do Vox Populi, um dos institutos de pesquisa com maior credibilidade no país, a nova onda denuncista não alterou a tendência do eleitorado, para o desespero da direita golpista. "Entre os eleitores de Lula, 90% deles estão decididos a não mudar o voto... O povo não ignora os efeitos e os erros do governo Lula, mas ele está decidido a votar no que considera os muitos acertos deste governo. Se Lula ganhar, o que parece provável, por todas as pesquisas e sucessivos registros, esse voto não poderá ser desmerecido", afirma.
Além da aparente consistência do voto em Lula, em especial nas camadas mais populares, o governo e o comando da campanha "A força do povo" foram rápidos na resposta diante desta nova crise política. Os envolvidos na desastrada tentativa da compra do dossiê foram imediatamente afastados - "não se negocia com bandidos", condenou Lula. Com a mesma firmeza, agora se exige a rigorosa apuração do dossiê da "máfia das sanguessugas", que apresenta farta documentação, com vídeos, fotos e recibos incriminando os principais caciques tucanos e comprovando o início desta falcatrua no governo FHC. Caso não ocorra alguma outra ação tresloucada de meia dúzia de malucos, a eleição tende a ser decidida no primeiro turno.
A resposta aos golpistas
Com mais esta alta dose de adrenalina, a sucessão presidencial ingressa na reta final. A grotesca história da "guerra dos dossiês" pode ter sido a última e desesperada cartada da direita, que deseja doentiamente retornar ao poder. Mas ela não desistirá, apostando em outras vias golpistas. A melhor reação a esta trama se dará com a ativa mobilização das forças políticas e sociais avançadas. Caso esta onda golpista prossiga, é preciso ir às ruas para exigir respeito à vontade soberana de milhões de eleitores. Conforme alerta João Pedro Stedile, da coordenação do MST, o povo não aceitará qualquer tentativa de golpe. "A burguesia sabe do risco de um impeachment. Quando Getúlio se matou, a massa foi para a rua e quebrou tudo".
Mas a resposta imediata à orquestração dos golpistas passa por dar-lhes uma baita surra nas eleições de 1º de outubro. Nos poucos dias que antecedem ao pleito nenhum lutador social pode ficar acuado ou omisso diante desta batalha decisiva para o futuro do país. É possível dar uma inesquecível coça nas urnas nesta preconceituosa e repugnante direita neoliberal, garantindo uma vitória acachapante do presidente Lula e a conquista de governos estaduais, senadores e deputados federais e estaduais do campo democrático e popular. Só desta maneira o Brasil poderá afastar o risco de retrocesso neoliberal e avançar nas mudanças.
Fonte: Adital
Altamiro Borges é jornalista, editor da revista Debate Sindical
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