Le Monde diz que Brasil de hoje é menos desigual
Os resultados conseguidos pelo governo do presidente Lula em seu primeiro mandato são motivo de reportagens extensas em dois grandes diários franceses nesta terça-feira.
No Le Monde, Lula é apresentado como tendo o grande mérito de fazer um "Brasil menos desigual", e por isso, é favorito para a corrida eleitoral brasileira.
"O presidente conciliou a manutenção de uma política econômica ortodoxa com a aplicação de dispendiosos programas de luta contra a pobreza, cujo balanço hoje é visível, no entender da maioria da população", afirma o jornal.
Contudo, o Le Monde alerta para o fato de que as necessidades da população demandam aumento dos investimentos, podendo colocar em risco o volume de recursos disponíveis para infra-estrutura e educação, que são consideradas fundamentais para o contínuo avanço do país.
No Le Figaro, outro importante jornal da capital francesa, o Brasil é chamado de: "O Brasil de Lula, menos pobre e mais estável". O artigo fala da capacidade de compra que as camadas mais pobres da população adquiriram e de como tal consumo também aqueceu a economia.
"A Fundação Getúlio Vargas considera que cerca de sete milhões de pessoas passaram da pobreza à classe média. O salário mínimo passou de 70 para 124 euros e o poder de compra aumentou", analisa o jornal, que atribui os avanços sociais mencionados ao crescimento das exportações, maior consumo interno e criação de quase cinco milhões de empregos formais.
Violência em São Paulo
Um artigo do colunista Philip Hensher, do jornal londrino The Independent, menciona São Paulo como exemplo dos efeitos nefastos que a divisão da sociedade em comunidades exclusivas pode ter na vida da população como um todo.
O autor fala de como, numa fotografia aérea, lhe chamou a atenção o contraste entre nível de sofisticação de um condomínio fechado na zona sul e a favela de Paraisópolis, separados apenas por paredes de concreto e arame farpado.
"São Paulo não é uma cidade fácil de se viver e as evidências disso ficam claras nesta foto. Estive somente uma vez no Brasil e fiquei surpreso em descobrir como todo mundo que eu conheci vivia protegido atrás de grades", explica.
Os altos índices de violência de São Paulo que causam perplexidade no autor, servem como argumento para explicar a tendência ao isolamento nas sociedades afligidas por problemas de segurança. Contudo, alerta para que Londres evite a reprodução do modelo, porque a divisão social só piora o problema.
"Se não conhecermos nossos vizinhos, se não investirmos em nossos negócios locais e andarmos pelas nossas vizinhanças em nossos próprios carros, corremos o risco de acabar como São Paulo", diz o texto. "Por hora, devemos aproveitar a relativa segurança que Londres têm e aceitar que, ao nos proteger de um perigo imaginário com paredes e portões, só estaremos ajudando a construir uma realidade indesejável".
No Le Monde, Lula é apresentado como tendo o grande mérito de fazer um "Brasil menos desigual", e por isso, é favorito para a corrida eleitoral brasileira.
"O presidente conciliou a manutenção de uma política econômica ortodoxa com a aplicação de dispendiosos programas de luta contra a pobreza, cujo balanço hoje é visível, no entender da maioria da população", afirma o jornal.
Contudo, o Le Monde alerta para o fato de que as necessidades da população demandam aumento dos investimentos, podendo colocar em risco o volume de recursos disponíveis para infra-estrutura e educação, que são consideradas fundamentais para o contínuo avanço do país.
No Le Figaro, outro importante jornal da capital francesa, o Brasil é chamado de: "O Brasil de Lula, menos pobre e mais estável". O artigo fala da capacidade de compra que as camadas mais pobres da população adquiriram e de como tal consumo também aqueceu a economia.
"A Fundação Getúlio Vargas considera que cerca de sete milhões de pessoas passaram da pobreza à classe média. O salário mínimo passou de 70 para 124 euros e o poder de compra aumentou", analisa o jornal, que atribui os avanços sociais mencionados ao crescimento das exportações, maior consumo interno e criação de quase cinco milhões de empregos formais.
Violência em São Paulo
Um artigo do colunista Philip Hensher, do jornal londrino The Independent, menciona São Paulo como exemplo dos efeitos nefastos que a divisão da sociedade em comunidades exclusivas pode ter na vida da população como um todo.
O autor fala de como, numa fotografia aérea, lhe chamou a atenção o contraste entre nível de sofisticação de um condomínio fechado na zona sul e a favela de Paraisópolis, separados apenas por paredes de concreto e arame farpado.
"São Paulo não é uma cidade fácil de se viver e as evidências disso ficam claras nesta foto. Estive somente uma vez no Brasil e fiquei surpreso em descobrir como todo mundo que eu conheci vivia protegido atrás de grades", explica.
Os altos índices de violência de São Paulo que causam perplexidade no autor, servem como argumento para explicar a tendência ao isolamento nas sociedades afligidas por problemas de segurança. Contudo, alerta para que Londres evite a reprodução do modelo, porque a divisão social só piora o problema.
"Se não conhecermos nossos vizinhos, se não investirmos em nossos negócios locais e andarmos pelas nossas vizinhanças em nossos próprios carros, corremos o risco de acabar como São Paulo", diz o texto. "Por hora, devemos aproveitar a relativa segurança que Londres têm e aceitar que, ao nos proteger de um perigo imaginário com paredes e portões, só estaremos ajudando a construir uma realidade indesejável".
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