Filho de tucano declara: "A declaração de bens do meu pai é uma fraude"
José Maria e Silva para o Jornal Opção
"Siqueirão" é um homem de 80 milhões de reais
"Apaguemos a lanterna de Diógenes. Achei um homem." Assim Machado de Assis haveria de saudar a declaração de bens que o político José Wilson Siqueira Campos, do PSDB, apresentou à Justiça Eleitoral como candidato ao governo do Tocantins. Ao ver que, depois de três mandatos como governador, Siqueira Campos acumulou um patrimônio de apenas 431 mil reais, Machado de Assis - com sua ferina ironia de cronista da Corte - não hesitaria em invocar Diógenes, o filósofo que saía destilando cinismo pelas ruas da Antiga Grécia, com uma lâmpada acesa durante o dia. Quando indagado porque precisava acender uma lanterna mesmo sob a intensa luz do sol mediterrâneo, o cínico Diógenes resmungava: "Procuro um homem honesto".
"Ei-lo, Diógenes" - diria Machado de Assis, apontando Siqueira Campos, o candidato a governador pela União do Tocantins. Líder político mais poderoso de toda a recente história do Estado, tendo seu nome inscrito na própria letra do Hino do Tocantins, Siqueira Campos - com sua franciscana declaração de bens - parece contrariar a grande maioria da classe política brasileira. Enquanto simples vereadores duplicam o patrimônio pessoal de um mandato para outro, um cacique político como Siqueira Campos - em 41 anos de vida pública - conseguiu acumular apenas o patrimônio equivalente ao de um pacato cidadão de classe média.
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