15 setembro 2006



Pinóquio


Há personagens que viram símbolo. Citados, lembram qualidades ou defeitos pra lá de humanos. Judas é o traidor. Capitu, a dissimulada. Otelo, o ciumento. Jeca Tatu, a indolência. Bin Laden, o terrorista. Amélia, a mulher submissa. Leila Diniz, a liberada.

Etc. Etc. Etc.
E Pinóquio? O boneco de madeira virou sinônimo de mentiroso. Transformado em gente, tinha um limite. Quando inventava histórias, o nariz cresciiiiiiiiiiiiiiiiiiiiia. Por alguma razão que Lombroso explica, o órgão olfativo da criação de Gepeto — fino e longo — se parece com o de um presidenciável. O candidato não conjuga o verbo assumir. Diz uma coisa, mas faz outra. Aparece de um jeito, depois de outro. Promete isso, cumpre aquilo.


Quem é? Não há erro. É ele, o tucano. A criatura varia como folhas ao vento. A indefinição começa pelo nome. Era Geraldo Alckmin. Virou Alckmin. Terminou Geraldo. Continua pela aparência. Nos primeiros programas, vestia Armani (terno e gravata impecáveis). Depois, tirou o paletó. Em seguida, arregaçou as mangas. Por fim (pasme!) apareceu de calça jeans. Acaba no discurso. No início, era o candidato paz e amor. Agora, declarou guerra ao “atual presidente”. Resultado: o narigão furou a telinha. Cuidaaaaaaaado!

Dad Squarisi
Da equipe do Correio Brasiliense

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