14 setembro 2006


Serra recebeu a denúncia contra Fischer e não tomou providências


Assim como ocorreu com o ministro Humberto Costa, o então ministro da Saúde José Serra também recebeu uma denúncia indicando que havia corrupção nas licitações de hemoderivados. Mas, ao contrário de Costa, Serra não encaminhou a denúncia para ser investigada pela Polícia Federal.

Segundo a Polícia Federal, foi encaminhada “uma denúncia anônima ao então ministro José Serra, protocolizada no Ministério da Saúde em 2001, cujo conteúdo dá conta de prática de diversos crimes por Platão Fischer”. No texto, o denunciante afirma que “existe uma área no ministério que pode colocar tudo a perder. É a área de compra. Há uma pessoa em seu ministério – SENHOR PLATÃO – que está cometendo as maiores barbaridades nessa área. Ele é ligado a um intermediário chamado Jaisler Jabour... A informação é de que sua preferência por compras internacionais deve-se a facilitar depósitos em contas estrangeiras. O que está ocorrendo nessa área é um escândalo... Ele também assessora para um escritório de advogados cujo irmão mais velho já esteve no Planalto”.

Qual seria a medida a ser tomada por um administrador público? Mandar investigar. No entanto, a medida adotada pelo então ministro foi relatada pelo próprio Platão Fischer na Polícia Federal. “Que em certa ocasião o declarante (Platão) e Barjas Negri foram chamados no gabinete do ministro Serra, ocasião em que ele apresentou-lhes uma carta anônima onde os dois foram apontados como envolvidos em extorsão. Que de imediato, o ministro Serra determinou que os três tomassem uma providência e que dessem a ele uma solução, em caráter de urgência”, afirmou Fischer, ressaltando que ele e Barjas foram imediatamente à Polícia Federal para que as medidas fossem tomadas, isto é, descobrir quem era a pessoa que estava denunciando e não investigar a denúncia.

A opção de abafar o caso causou ainda mais prejuízos aos cofres públicos. As licitações dirigidas e os superfaturamentos permaneceram até que o novo governo tomou providências.

Fonte: A Hora do Povo

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