16 setembro 2006

TUCANO SÉRIO? SÓ SE FOR A AVE



Laerte Braga


Não existe tucano sério. Ninguém que se associe a um partido onde pontificam José Serra, Fernando Henrique Cardoso, Geraldo Alckmin e Aécio Neves pode pretender algum laivo, ou vestígio de seriedade.

Arthur Virgílio, ou Tasso Jereissati. Alberto Goldman ou Custódio Matos. Os descendentes de Juraci Magalhães (aquele que quando ministro disse que “o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil").

No máximo um ou dois por centos de tucanos iludidos. Desses renitentes, que ainda não perceberam que por trás de toda a loquacidade de FHC, existe um canalha lato senso.

Ou na pretensa seriedade de José Serra um sujeito sem nenhum escrúpulo quando se trata de atingir a um determinado objetivo.

Que possa imaginar que Geraldo DASLU/OPUS DEI Alckmin tenha algo a ver com a espécie conhecida como homo sapiens. Bípede. Supor, por simples que seja, que o governo Aécio Neves foi um governo de feitos conseqüentes e sérios, algo além de maquiagem e notáveis esforços de mídia numa mídia podre, a de Minas Gerais (a do Brasil inteiro, a grande mídia).

O envolvimento de José Serra no caso das ambulâncias é pinto perto do propinoduto de FHC quando das privatizações.

Mas o mais interessante é a reação do ex-senador, ex-prefeito, ex-ministro e futuro ex-governador (se for eleito larga para ser candidato a presidente). Os denunciantes foram badalados e incensados quando acusaram figuras do PT. São execradas e transformados em figuras desqualificadas quando se trata de tucanos.

Serve para denunciar o adversário, mas não serve para denúncias gerais envolvendo a maior quadrilha em ação na política brasileira, o PSDB.

Se forem aprofundadas as investigações sobre o esquema Marcus Valério vai ser fácil chegar ao governador de Minas, Aécio Neves. Sua campanha a presidente da Câmara, em 2002, foi toda ela montada por Marcus Valério. Montada e financiada. Clésio Andrade, atual vice-governador, era sócio de Valério, sócio de forma aberta e agora apenas mantém o controle, opera por baixo dos panos, mas o esquema é o mesmo. É suplente, ele ou a mulher, do candidato vinte por cento Eliseu Resende. Candidato ao Senado.

A corrupção é absoluta no ninho tucano. A briga entre eles é por 2010.

José Serra nunca foi diferente de nenhum deles. Só tem mania de falar mais grosso. Não explica nada e pensa que grito, falsa indignação, resolvem e absolvem um dos grandes corruptos da política brasileira.

O negócio dessa gente não está nos fatos, mas na capacidade cínica e venal das versões.

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